MANIFESTO DE PAUSA
Este é um Manifesto de Pausa.
Uma iniciativa da thanks for sharing e do Instituto Bem do Estar para jogar luz às exigências de alta de demanda do mercado, aumento da pressão de clientes e líderes empresariais sem planejamento e, consequentemente o aumento do nível de estresse e adoecimento dos profissionais nos mais diversos tipos de funções e cargos nas empresas.
Neste ano o Vertentes – Ecossistema de Saúde Mental, a ASEC+, a SoulBeeGood e a Essência Sustentável, se uniram a nós para disseminar o Manifesto de Pausa.
Dezembro chegou e muitos colaboradores aproveitam este mês de festas e de recesso escolar e no trabalho para programar as férias. Além de uma obrigação empregatícia, as férias são essenciais para o bem-estar do trabalhador, em qualquer cargo ou ramo de atividade.
Líderes inspiradores estão cada vez mais preocupados com a qualidade de vida de seus funcionários. Boa notícia, não é mesmo?
A performance no trabalho depende de um fator vital que muitas vezes subjugamos: o descanso. Ele é essencial para uma melhor saúde da mente, maior concentração e memória, um sistema imunológico mais saudável, redução do estresse, melhora do humor e até mesmo um melhor metabolismo.
Então se há pouco tempo era comum gestores pensarem em permitir cada vez menos descanso e férias para suas equipes, hoje é fundamental que todos entendam o enorme valor disso para a saúde integral dos profissionais.
Uma pesquisa do Huffington Post mostra que 3 em cada 4 colaboradores citaram o trabalho como sua maior fonte de estresse recente.
De acordo com o psiquiatra, Dr. Caio Magno, “o estresse atinge cerca de 70% ou mais da população economicamente ativa no Brasil. O trabalho é um componente importante do quadro de estresse e este, quando não gerenciado, é um fator de risco para outros transtornos como a depressão, a ansiedade, burnout e insônia, por exemplo”. Com isso, depois de um ano de trabalho é preciso pelo menos dez dias para se desligar da rotina de trabalho com o objetivo de diminuir o nível de estresse.
Um estudo da universidade da Califórnia atesta que uma pausa de pelo menos 5 dias dos e-mails corporativos reduzem os níveis de estresse e aumentam a concentração e a produtividade.
Com a onda crescente de trabalhos com horários alternativos, contratos por P.J., freelancers, entre outros, muitos estão optando por abrir mão de suas férias. Uma grande parcela, ainda, relata que sofrem desencorajamento de seus superiores quando pensam em ter uma folga.
Outra pesquisa do Huffington Post descobriu que tirar folga era uma fonte de ansiedade para as pessoas. Aproximadamente 1 em cada 4 funcionários ficou estressado por causa dos dias de férias, e muitos outros entrevistados observaram que não tinham permissão para tirar as férias merecidas quando queriam.
Em uma pesquisa americana, funcionários entrevistados que tiraram seus dias de folga disseram que sentiram estresse ao concluir o trabalho extra antes de partir, e também sentiram que precisavam compensar o tempo perdido depois que eles voltaram, 40% dos homens e 46% das mulheres disseram que pensar na “montanha de trabalho” para a qual voltariam era o principal motivo pelo qual eles não usavam seus dias de férias.
Tudo isso demonstra a importância do planejamento de pausas e recessos para que não sejam uma nova fonte de ansiedade e estresse entre os colaboradores no seu retorno e sim algo benéfico para a saúde da mente.
Quando alguém não descansa o suficiente e fica sempre adiando férias devido ao excesso de trabalho ou medo de perder o emprego, o organismo passa a comunicar de alguma forma que algo não vai bem. A pessoa pode sentir dores localizadas, perder o sono ou peso e ter dificuldade de se concentrar em tarefas que eram anteriormente realizadas quase que automaticamente. O sistema nervoso, por exemplo, começa a dar sinais de exaustão.
Não se esqueça: férias restaurativas são necessárias e não merecemos mais estresse simplesmente por aceitar esse “presente”.
A pesquisa Project: Time Off descobriu que os funcionários que relataram que sua empresa incentiva as férias (68%) são muito mais felizes com seus empregos do que aqueles que trabalham em locais onde as férias são desencorajadas ou os gerentes são ambivalentes quanto a tirar folgas (42%).
Folgas de 4 dias, possuem efeitos positivos sobre o estresse percebido, a recuperação, tensão e bem-estar durante os 15 dias seguintes atesta uma pesquisa da universidade austríaca UMIT Tirol – Universidade Privada de Ciências da Saúde e Tecnologia da Saúde. A criatividade também é impactada pelo tempo desligado das obrigações durante as férias e recessos, pode ajudar as pessoas a se reconectarem com elas mesmas, sendo assim, um veículo para a autodescoberta e ajudando a aumentar as ideias criativas.
A sensação de bem-estar pode levar também a uma melhora na qualidade do trabalho e produtividade entregue por funcionários.
Uma pesquisa inglesa ‘Holiday Health Experiment’, realizada pela Nuffield Health mostra que:
- A pressão sanguínea dos viajantes em férias caiu cerca de 6%, enquanto que aqueles que continuaram trabalhando tiveram um aumento de 2%;
- A qualidade do sono melhorou 17% no grupo que tirou férias, contrastando com a perda de 14% daqueles que ficaram no trabalho;
- As pessoas que tiraram férias registraram maior resistência ao stress. E aqueles que trabalharam sem folga viram diminuir em 71% a sua capacidade para lidar com problemas.
Outro ponto fundamental para recarregar as baterias é procurar reduzir ao máximo o uso da tecnologia voltada para o trabalho. O ideal é se desligar 100% para viver o momento presente. Se a pessoa está na praia mandando e-mails e atendendo ligações está sobrecarregando a mente e, com isso, pode intensificar o estresse ao invés de reduzi-lo.
É importante, porém, ressaltar que apesar de uma pausa ser essencial e benéfica, ela não é a solução para casos crônicos como o Burnout, por exemplo. Se faz necessário entender que mesmo o colaborador saindo de férias e ficando longe do celular, dos e-mails, conseguindo relaxar e revigorar-se, ao término das férias, ele vai retornar para o mesmo ambiente estressor, que continua com a mesma dinâmica de funcionamento e sem ter criado habilidades para lidar com o estresse, para isso é necessário acompanhamento especializado.
Por fim, podemos afirmar que a mente também precisa de férias, não apenas o corpo. As férias não funcionam apenas para o descanso físico, mas sim são ideais para exercitar livremente a paz, a serenidade e o autoconhecimento.
Está na hora de motivar e incentivar o merecido descanso e as férias para cada um e para todos. Independentemente de funções ou cargos.
E aí, vem com a gente nesse movimento de pausa?
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