Por que a saúde mental não deve estar em segundo plano nos investimentos públicos em Saúde

O investimento público em saúde mental no Brasil continua muito aquém do necessário. Embora a recomendação seja destinar 5% do orçamento da saúde para cuidados com a mente, em 2023, esse percentual foi de apenas 0,28%.

Se não houvesse essa lacuna, estes investimentos poderiam gerar impacto social positivo na vida de milhões de brasileiros, além do retorno de até quatro vezes ao valor aplicado. Esse dado é crucial no momento de decisão da destinação dos recursos e investimentos.

Mesmo após a pandemia de covid-19, que agravou as taxas de transtornos mentais da população, o já escasso financiamento público continuou majoritariamente voltado ao tratamento, negligenciando as áreas de promoção e prevenção, impedindo o incremento no desenvolvimento de políticas públicas que garantam cuidados adequados e acessíveis a todos.

Profissionais da educação, saúde e poder público, além de líderes comunitários e de movimentos sociais, têm um papel essencial na mudança deste cenário. Todos somos agentes de transformação e podemos usar nossa voz para exigir que a saúde mental receba o devido destaque nos orçamentos e discussões políticas, afinal, saúde mental é um direito de todos e sabemos que não há saúde integral sem saúde mental.

Portanto, é preciso agir coletivamente. Compartilhar informações, mobilizar redes e cobrar investimentos contínuos são passos fundamentais para garantir que todos tenham acesso a ações de promoção e prevenção da saúde da mente e letramento sobre o tema. A mudança começa agora, com a conscientização e o engajamento de todos nós.

Fontes:
Financing of Mental Health: the current situation and ways forward – United for Global Mental Health (novembro de 2023)
Boletim n. 6/2023 Monitoramento do Orçamento da Saúde Projeto de Lei Orçamentária Anual – IEPS (outubro de 2023)
Ministério da Saúde.

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